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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Porque sim!

por Júnia Puglia*

Essa minha impaciência, às vezes nem eu mesma a suporto, mas que remédio, né? De tanto ouvir e responder a certas perguntas, tenho vontade de dar respostas diretas e malcriadas, mas, bem, já sou grandinha e preciso ser mais tolerante com as pessoas, dizem as regras de convivência. Sempre, interminavelmente. Afinal, o mundo é assim, bla bla blááá.

Por que precisamos de mais mulheres na política e nos espaços de poder? Porque sim! Por que devemos promover oportunidades iguais para todos os grupos populacionais como política de Estado? Porque sim! Porque não há nenhuma razão para não ser assim. Basta de explicar, argumentar, comprovar e tentar convencer as pessoas sobre o óbvio. A atividade política precisa de todas e todos que se sintam encorajados a meter a mão na massa pantanosa dos mecanismos de participação, arrombar os baús dos partidos, estar nas mesas de negociação, assim mesmo como elas são hoje, mover as engrenagens das decisões que afetam a vida de todo mundo, desde as câmaras municipais até os níveis mais elevados. A participação plena de todas as pessoas é uma das bases da democracia. E, por mais imperfeita e incompleta que seja, ainda não inventaram nada melhor que ela, clichê dos clichês.

A política é um lodaçal? Estamos fartos do conversê de candidatos e campanhas? Da guerra de informação, que nos impede de saber qual a versão mais confiável? Lamento informar que vai continuar sendo assim. Que só vai mudar quando formos capazes de entender o verdadeiro sentido da política, o que só será possível alcançar fazendo política. Não há outro caminho, e não há milagre.

Por que mulheres? Porque sim. Por que negras, índios, pessoas com deficiência, gays, lésbicas e todas as letrinhas? Porque sim. Cada um com suas propostas, suas reivindicações, levando para a arena política toda essa enorme diversidade que nos compõe. É justo, não? Como azeitar as engrenagens da vida em sociedade senão conhecendo-as, destrinchando-as, revirando-as de dentro pra fora e de fora pra dentro?

Por que homens? Jovens, velhas, conservadores, avançadas, caretas, moderninhos, nerds, com quem concordamos, de quem discordamos, bonitos, feias, inteligentes, cultas, rudes? Porque sim. Porque sim.

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Júnia Puglia, cronista, mantém a coluna semanal De um tudo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Por que será que sua crônica de hoje bateu fundo em meus pensamentos ? Por que sim. Por que tanta desigualdade no planeta terra, com pobres, miseráveis, submissos, torturados vivendo sob o “comando” da crueldade de uma minoria ? Por que sim. Por que poucos ricos, gananciosos, prepotentes dominam o mundo com patas de ferro ? Por que sim. Por que tanta discriminação , sempre odiosa, entre esses e aqueles, entre classes sociais, racistas, entre supostos donos de um mundo que não lhes pertence ? Porque sim. Por que tantos simpósios, conclaves, seminários, conferências terminam em palavras levada pelo vento, como palha seca ? Porque sim. `Por que as mulheres não conseguem projetar e executar programas de reerguimento de povos humilhados pela fome ? Porque sim.
A vida é assim.......´porque sim.
Bjs da Mummy Dircim

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