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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Linha na pipa # 3


Abro esse texto com uma fotografia do amigo e fotógrafo Gerardo Lazzari, tirada em setembro de 2004 num acampamento do MST na região de Ribeirão Preto. Lazzarri foi parceiro de reportagem na matéria da Defensoria Pública e deixo aqui seu site para os curiosos e amantes da boa fotografia. Daí que o Blog Rodapé continua crescendo. No último mês foram 800 visitantes únicos, número bem razoável, fruto da chegada dos colaboradores, sem dúvida. Só faço questão de reafirmar aqui o valor dos comentários nos textos publicados, nem que seja pra dizer que está uma merda. Comentar é estimular – mesmo que entre os poucos – o debate e a reflexão. Novos colaboradores vêm aí. Daí pergunto, vocês gostariam de ler sobre o quê? Algum tema específico? Digam daí. Li na Folha de S. Paulo dois artigos muito interessantes, o primeiro do Contardo Calligaris – “Casamentos possíveis” e outro do Xico Sá – “O leitor que não lê”.
Calligaris faz uma análise das covardias e impotências jogadas no parceiro quando se está junto, diz ele: “Em geral, a gente casa com a pessoa certa: com quem podemos culpar por nossos fracassos” e “A decepção consigo mesmo é menos amarga quando é transformada em acusação. Você está me impedindo de alcançar o que eu não tenho a coragem de querer.” Taí uma visão bem interessante.
Já Xico Sá diz uma coisa que penso faz tempo, o cara que critica sem ler na onda de alguém que levanta a bola sobre um assunto em questão. “Você recebe meia hora depois milhares de xingamentos e ameaças por uma coisa que nunca escreveu. O leitor que não lê nem sequer passa o olho no texto, simplesmente segue a boiada virtual liderada por um leitor que caiu de paraquedas e não entendeu o espírito da prosa”, desabafou Xico no artigo.
A revista Rolling Stones deste mês está bala. Duas matérias: a da capa sobre o fim dos Beatles – que não é tão novidade assim - e do amigo Tadeu Breda, sobre o Equador. Curioso que fiquei, fui ler a entrevista do Jonh Lenon em janeiro de 1971 para o repórter Jann S. Wenner. Entre as tantas perguntas e respostas, alguns trechos. “Os Beatles não eram nada”; “Pessoas como eu ficam cientes de sua genialidade aos 10, 8, 9 anos de idade...eu sempre me perguntei: por que ninguém nunca me descobriu?”; “Eu aprendi muito com George e Paul, mas tenho certeza de que eles aprenderam muito mais comigo – aprenderam fodendo comigo”; “Se eu pudesse ser um merda de um pescador, aí sim. Se eu tivesse as habilidades para ser alguém diferente do que eu sou agora, eu seria. Não é divertido ser um artista. Você sabe como é, todo aquele negócio de escrever, é uma tortura.”
Outra entrevista, do jornalista e cartunista Jaguar, muito bem humorada, para a Revista do Brasil de agosto. Repórter pergunta se ele já tomou viagra. “Tomei uma vez. Mas só para me masturbar. Viagra é ótimo para a memória: de vez em quando eu esqueço como é uma mulher nua.” Mais: “O Carlos Drummond de Andrade era caladão, como o Manuel Bandeira, mas era um velhinho assanhado. Cansou de dar em cima da Olga, minha primeira mulher”; “É muito bom broxar. O cara que não broxa é como um vibrador: aperta o botão, e pronto. A mulher adora quando consegue fazer o cara sair do prejuízo, se sente orgulhosa, uma heroína.”


blogues e blogueiros

Blogues e blogueiros que considero importantes fontes de informação – não importa o viés, humor, política, jornalismo, tosqueiras e afins – vou indicar por aqui aos amigos rodapédianos. Começo pelo criativo e genial Professor Ariovaldo Almeida Prado que faz comentários sobre o mundo comunista e seus “personagens”. A ideia é tirar um sarro da melhor qualidade da direitona e dos esquerdonas. O blogue adverte. “Este é um site humorístico, qualquer referência a pessoas, empresas, entidades ou instituições que não tenha tido propósito satírico terá sido mera coincidência.” Os últimos posts são: “Possessão demoníaca: marxismo satânico se incorpora em menino de 10 anos” e “Herança maldita da Martaxa inunda São Paulo novamente.”


pirata ou não, pra coleção

Paulo Vanzolini – Um homem de moral (leia o texto deste blog sobre o filme). Outra é a trilogia do O Poderoso Chefão restaurada. Dois tá bom, grana pra comprar é que são elas, se não tiver, vai de torrent. É isso, linha na pipa.


Thiago Domenici
é jornalista, torcedor do tricolor paulista e criador do Blog Rodapé; faz a coluna linha na pipa para ordenar ideias do que lê, vê e ouve por aí.

2 comentários:

sofia amaral disse...

aaah vc pediu comentários, eu tenho vários:

1. da foto, não a do mst (que também é linda), mas a do edu moraes, que ou muito me engano ou é nas bancas de flores da dr. arnaldo: ontem passei de ônibus por ali e fiquei fascinada como de dentro do ônibus, com a maioria das janelas fechadas, dava pra sentir forte o cheiro das flores. desde criança amo as banquinhas. belíssima foto. aliás, vc está dando prum ótimo editor de fotografia (hehe), as fotos são sempre muito bem escohidas!

2. esse texto do contardo deu o que falar (mtas pessoas comentaram comigo). é um tapa na cara dos casais infelizes ou hipócritas (embora graças a deus eu nã me identifique nem um pouco). muito bom. já não estamos mais na era de ficar amarrado em casamentos a contragosto, mas as pessoas se escondem atrás disso o tempo todo né?

3. a história da casas bahia é fantástica! pena que não fui eu que presenciei, senão já viraria "curta banal", hahaha!

4. eu dei a trilogia do poderoso chefão pro meu pai no aniversário de 50 anos dele. sou ou não sou uma filha incrível?? hahaha!

é isso queridão, linha na pipa!!!

Thiago Domenici disse...

Sofis, é lá no Araça, na dr. Arnaldo, sim. Muito boa a foto. Adoro. E não tô dando pra ninguém não, como assim? Hehehe. Se tiver dicas de fotos, sites que tenha uma resolução legal, dê um alô. Historinha das Bahia descolei do texto e publiquei separado e, sim, você é uma filha incrível. Baita presente! Beijos, Thiago

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